Tributo a Vítor Oliveira
Neste artigo, de homenagem a Vítor Oliveira, procuro também, através de um relato das experiências em que com ele privei, que se extraiam algumas “lições” que talvez nos permitam inferir acerca da causalidade entre o sucesso do Mister e os pontos nelas contidos, os quais vão desde aspectos relacionados com a sua forma estar, de treinar, de gerir, de liderar… Desde o primeiro estágio no Portimonense em 2017/18, onde percebi desde logo quem era Vítor Oliveira e o lado humano e a humildade que o distinguiram, não só pela cortesia com que me recebeu mas também, do que observei, pela forma como se relacionava com as Pessoas; nesse mesmo estágio onde constatei a competitividade do treino, o rigor, a disputa entre titulares e não titulares, as características dos contextos de treino; onde percebi também a clareza de ideias (o alerta para pensarmos pela nossa cabeça, para a necessidade de contemplar a simplicidade no treino…) que foi sendo transmitida e constatada ao longo dessa semana, não só pela observação dos treinos em si mas também pelas conversas no antes e pós treinos, cuja partilha foi, no final desse mesmo estágio, desenvolvida e confidenciada de uma forma mais aprofundada durante um almoço no restaurante Tapa Latina em Portimão. Ideias estas que vieram desde aí a fazer mais sentido, durante o acompanhamento que procurei manter sobre as equipas de Vítor Oliveira (que entretanto manteve tranquilamente o Portimonense nessa mesma época, subiu e venceu a II Liga na época seguinte pelo Paços de Ferreira e conseguiu o feito magnífico de 42 pontos pelo Gil Vicente com uma equipa montada quase do zero na última época) até um dia voltar a estar e conversar com ele pessoalmente, e outra vez num almoço, em Barcelos. Liderar “sem pontas soltas”, a história com Monge da Silva onde me falou da problemática da adaptabilidade e a escolha dos exercícios de treino, a necessidade de escolher bem um modelo e ter desde cedo um onze base, são alguns dos capítulos-lições onde fiquei a perceber melhor o pensamento, forma de estar e de liderar de Vítor Oliveira, cujas o qual pautou pela frontalidade, pela clareza do que se espera de cada um e que alertou para a necessidade de resolver os problemas assim que eles surgem. No âmbito da metodologia, a adaptabilidade, a criação de dinâmica de jogo como algo emergente dos princípios e do simples; a firmeza nas decisões acerca do modelo e do onze-base como algo necessário a uma gestão eficiente. Tenho vindo a pensar muito sobre a causalidade entre o que observei e aquilo que ele me confidenciou, com o que foram as Equipas de Vítor Oliveira: equipas que seguiam o treinador, equipas que tinham dinamismo, equipas que jogavam para ganhar, equipas que reagiam às adversidades mantendo o equilíbrio/consistência nos momentos bons e nos momentos maus. E uma outra, equipas onde tinha peso e exigência na escolha do plantel. Talvez tenha sido essa independência que simultaneamente o afastou dos “grandes” mas o tornou a ele, ENORME e um verdadeiro CAMPEÃO. #VitorOliveira #modelodejogo #Liderança #Gestão