Análise do Momento de Organização Ofensiva do SC Braga de Carlos Carvalhal

“(…) vemos o jogo assim e isto não tem muito a ver com o sistema, tem a ver com os espaços que se libertam e com os espaços que nós vamos criar… tem a ver com a forma como vamos atacar os espaços e como é que vamos criar as dinâmicas (…), há uma coisa que é fundamental: conseguir que os jogadores estejam a olhar uns para os outros, a jogar em interdependência” Carlos Carvalhal (2020)

Com bola, a equipa de Carlos Carvalhal na 1ªfase adota um posicionamento em 3+2 assimétrico, à esquerda surge com Sequeira mais recuado e os dois centrais a participarem na linha de 3, À direita, Esgaio fica encarregue da largura e profundidade de todo o corredor, enquanto que à esquerda surge Galeno na largura. Os dois médios vão articulando os posicionamentos entre si e os terrenos que vão pisando conforme a necessidade da equipa, ora mais baixos em apoio para formar triângulos junto aos corredores laterais e servir de parede nas ligações dos defesas centrais, ora mais altos (nas costas dos médios adversários), aumentando o número de soluções ofensivas para progressão.

Na 2ª e ligação para 3ª fase, é sobretudo através da atração do adversário a um corredor lateral e exploração do espaço contrário por intermédio de variações do centro de jogo, de forma apoiada ou longa, que o SC Braga procura desequilibrar a estrutura adversária e assim encontrar caminhos de progressão para a baliza e criar situações de finalização. Para isso, no meio campo ofensivo, a equipa distribuí-se num 3-2-5, com os alas, Galeno e Esgaio, bem projetados e em largura máxima obrigando as linhas do adversário a estenderem-se mais no terreno. Os três jogadores mais avançados, Paulinho, Horta e Medeiros, ocupam posições entrelinhas sobre o corredor central e corredores interiores, também fixando marcações e libertando espaço para a bola entrar nos espaços laterais. O objetivo passa por conseguir, através dessas variações do centro de jogo, criar condições/vantagens numéricas no lado contrário, aproveitando o espaço fora se os defesas adversários forem fixados dentro, ou aproveitar o espaço dentro, caso o adversário consiga fechar fora mas não consiga realizar correctamente as coberturas.

Na finalização, o SC Braga é capaz de conseguir colocar 5/6 jogadores em cima da última linha defensiva adversária, chegando com muita gente (4/5 jogadores), a zonas vitais para fazer golo.

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